sábado, 31 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
domingo, 25 de março de 2012
Armadura...
Corpo fechado no silêncio da hora
Bruma eriçada do mais cruel horror
Espírito açaimado por incontrolada dor
Foi visão de massacre isenta de amor...
Calo o sensabor do momento vazio
Onde nada mais cabe que a tortura
E arrastarei na triste sepultura
Lamentos de melancolia e amargura
Para sempre enlaçados no meu corpo frio.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Anjo...
Não sou anjo...
mas se tivesse asas
embrulhava-te nelas
se estremecesses de frio
e procuraria libertar-te
da tristeza
subindo contigo
em busca do arco-íris
E se fosses tu o meu anjo...
velaria pela tua paz
com muito carinho
e com a ternura dos meus gestos
ajeitava a tua almofada
para que descansasses
a alma inquieta e sofredora
na palma da minha mão
antes tão vazia...
Mas não sou anjo amor
não sou anjo, não...
25.04.10
quinta-feira, 22 de março de 2012
Quem sabe...
Quem sabe se tudo o que passei
as boas e más experiências
todos aqueles sonhos feitos de ânsia
que nunca encontraram eco
e ainda menos substância
e se foram perdendo
ao longo do caminho
numa busca de beleza e harmonia...
não foram necessários à minha' alma
e ao meu corpo castigado
para te reconhecer, admirar e amar
Quem sabe amor
Quem sabe porque as rosas têm cor
e as muito belas espinhos
mas rescendem perfume...
Quem sabe porque as amo tanto
que lhes toco amiúde
e me deixam a pele em sangue
que cai sobre o branco da alma
e o empedrado do chão...
E, apesar disso, confio nelas,
rendida à forma, às belas cores
e até à sua inconsciente crueldade...
e quedo enternecida
perante o perene mistério
que é a vida...
Se as rego, abro-me em ondas
de intenso afecto
a cada momento do dia
E se as não vejo
entro em agonia
Quem sabe amor quem sabe
porque ínvios caminhos caminhámos
até nos atrairmos
nessas pouco ortodoxas estradas,
tão modernas
onde cada um deu o seu melhor
tentando mascarar a solidão
tudo fundido na sem razão
da confiança, como fio ténue
que em mim de ti nunca causou temor...
Quem sabe o porquê amor.
03.07.2010
domingo, 18 de março de 2012
Uma bola branca...
Uma bola branca
Uma flor de cores
Uma bola preta
Uma bola às flores...
Prefiro botões transparentes
iridiscentes
feitos de sabão
feitos ilusões...
mais belos
envolventes
emolientes
carentes
do meu sopro de fé
da minha paixão
da minha emoção
que os vê pendentes
no ar rarefeito
a caminho do éter
e longe da confusão.
Fragilizados
alguns deixam-se vencer
por forças adversas
que tentam roubar-lhes
a fé e a canção...
Só o amor que te tive
e tenho...
esse, não.
sábado, 17 de março de 2012
Suave...
Suave é imaginar
teus passos leves
sobre a alfombra do silêncio
espesso e massacrante
que alguém teceu
sobre a lonjura do ser...
Suave é adormecer
com a lembrança
e aceitação
da aparente bonança
de viver.
Se fechar os olhos
evoco a tua sombra
e sou quase feliz
ao parecer-me vislumbrar
o poder magnético do teu sonho
E ao imaginar-te
risonho...
sei porque vivi.
27.04.2011
quarta-feira, 14 de março de 2012
Insónia?...
Não receio as noites de insónia
porque sempre as passo a teu lado...
Sentir o cansaço
é um cansaço bom.
E quando o sofrimento ou ânsia
são cinzentos
e não houve sol
nem azul de céu
nem nada, nada, nada
que console a dor,
basta enovelar o corpo
na sombra do teu...
e o desencanto passa, amor,
como um milagre.
01.02.11
terça-feira, 13 de março de 2012
Metáforas...
Ninguém conhece ninguém...
Não, a vida nunca é tecida
por metáforas
mas por mesquinhas realidades
que afligem o quotidiano
como a dor física que incomoda
e de que nem se sonha a causa
ou a chuva que molha o cabelo
a roupa que não enxuga
a viagem que se não fez
e a culpa aos acasos
ou o não ter a certeza
que alguém realmente nos espera
do outro lado da mesa...
Não. A a vida ri-se das metáforas
e do amor em versos inspirados pela lua
e nega mensagens que apelam ao sonho...
Amar alguém é um sonho
e ser amado um milagre.
Até a noção de felicidade
é feita de coisitas simples
como cuidar, abraçar, beijar,
preocupar-se com a saúde,
deitar, comer...viver,quebrar rotinas
inventar surpresas...
Nunca se pensou que metáfora
fosse moeda de troca
ou gozasse de especial validade...
Tanta gente se amou realmente
sem nunca precisar fazer um verso...
ou sequer receber de presente
uma simples flor!...
20.01.2011
domingo, 11 de março de 2012
União...
Uno-me a ti no tempo e na distância
e sei que o sentes
E nunca choro se recordo os momentos
em que te amei inteira
lamentando os que passei longe de ti
perguntando-me porque não me querias
e porque te fora assim indiferente
Então chorava com pena de mim
e sentia revolta pela atracção terna
que por ti sentira
e que despertara sem querer
ao simples som da tua voz alegre
Honesta directa não o escondi
e sei que não me acreditaste então
Duvidei tanto de mim tanto
cultuando-te enquanto ser humano
tudo por instinto
sem perceber porquê...
E como sofria
na humildade de me saber sem préstimo
Então procurei-te a alma inquieta
e perscrutei o silêncio e a solidão
das noites insones
e das madrugadas frias
Num dia que nasceu radioso e terno
senti que algo nascera para mim...
Para quê esconder?
04.02.12
sábado, 10 de março de 2012
Ao cair da noite...
Descido o estore sobre o dealbar da noite
fechou ao olhar o cinza-azul do céu
sem determinação, apenas porque tinha que ser
e sem a crueza dos que fecham ciclos
porque não sabia fechar ciclos
nem queria
era o devir que devia encarregar-se deles
esperava que acontecessem
para não ferir demais a vida
Não evitava as lágrimas frias
nem tão pouco o sofrimento
No escuro, tocou com os olhos
a doçura dessa cor azulmente vítrea e fria...
e lembrou-o mais ainda
quinta-feira, 8 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Fui...parti...
Fui...
Morria gente só todos os dias
e eu temia a tua solidão.
E esse medo falou mais alto que tudo
e decidido o impensável noutra altura:
projectar a minha sem ventura
cuidando de alguém que me importava.
Reuni coragem com receios
e parti para te encontrar.
Porém, só vi portas cerradas
onde o sol batia a escâncaras
e senti frio, muito frio...
porque eu não queria nada
não esperava nada
- se quis sempre tão pouco !...-
Sabia que de mim nunca precisaras
se me desejavas, logo me excluías,
e vertias sensações
e emoções reinventadas
criando do nada muitas e belas páginas
numa labuta sem nome, numa canseira,
numa estrénue ânsia de viver
e deixar traços...
Só a crueldade doeu.
22.04.11
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