domingo, 5 de maio de 2013

Viver...


«Viver...é não saber que se vive.»
Expressão ouvida a um personagem de ficção
habituado a falar com figuras do passado
 de uma vida longa que ia sendo esquecida.
Soou familiar como sino a finados. Tão familiar... demasiado.
Sensação de um primeiro passo
na fuga para uma realidade não fictícia 
de dorida
que tinha tudo para ser banal,.

Rosa em castanho seco, ao vento lançada...
melancolia inspirada na aflição.

Foi vermelha rubro... morreu de inanição.
Juntou-se à de um outro ano que passou...
e a outro...vão.


sábado, 4 de maio de 2013

Cartas...


Hoje?... Ontem? Um dia destes,
senti que estavas triste 
Raramente sei porquê
e sempre me culpo ...
Mas sei não ser eu
assim tão importante...

Também sei 
que as cartas que te envio
nem sempre levam
 mensagens de pesar ou dor
e nem são armas 
para esgrimir juras de amor.

As mais das vezes,
são impulso de um momento
e já nem fazem parte
do mundo em que me movo...

E fico, triste, a meditar 
que julgas que te agrido 
com palavras... 
tudo longe, tão longe, 
da forma de ser eu -
 - o eu na expressão do amar.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

Lugar perdido...


à espera da vida
é um lugar
aquele que encontrei
sem procurar
e se tornou escorregadio e fino
como gelo
na longa noite do silêncio
em solidão

nunca será o sítio aconchegante
onde sem ser esperada
a alegria chegou
e doente se finou 
 e perdida 
 e só.

[2009.01.30]

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Noites longas...


Eram longas as noites
E os dias férvidos de inútil ira;
Subtil a revolta...
O desespero ardente.

Vingança é cega
Escarnece da carne.
Espírito alvoroça-se
Numa procura insana.
Um sol de outono
Procura aquecer ainda
Aquele ser desfeito
E à deriva...

Depois, abandonado na praia
Da loucura,
Nem duvidou:
Acreditou
E fez-se ao mar.