segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
Incerteza...
Porquê esta apatia, esta incerteza
Latente na Ilusão esfarrapada?...
Porquê este viver de condenada
Que não rompe grilhões da natureza?...
Porque não há momentos, nem beleza,
Vestindo a dor da alma magoada?
Porquê lançada na finita estrada
Se a cada passo urge a incerteza?
Agora se me perguntas o porquê
Pensa um momento - descobre, vê:
Não sou ainda ruínas, nem escombros.
Nem sempre riu a boca da menina
E embora doce rosa matutina
Pesou-lhe já a vida sobre os ombros.
Helen May, [Maio ,1958]
domingo, 15 de dezembro de 2013
Acordar cedo...
[2013.12.10]
Acordo para mais um dia
de mais um mês,
de mais um ano
Corro cortinas
abro janelas
perscruto o sol da manhã
Faço coisas penso outras
sinto outras ainda
e o cansaço vem e instala-se
nos meus músculos doridos
já tão cansados da labuta inglória
Depois fecho janelas para a noite
ao correr cortinas de silêncio e pesar
olhando o amplo céu
onde agora brilha uma falsa estrela
que me encanta por vezes
outras me leva a estremecer de frio ou medo
Tento ignorar ânsias, cuidados,
até, se possível, a própria dor
Se acordo na noite ou na madrugada
vou contemplar a geada sobre a terra gelada
Se posso, trabalho sob o sol cálido
de um outono seco e luminoso
tecendo recordações de sonhos
no tricot dos dias
Em soluços contidos
ainda vislumbro os poucos
mas intensos momentos de amor
Acordo porque tem de ser
E retorna o cansaço de mais um dia
que me fecha os olhos
para acordar de novo
para um outro retalho de tempo...
sem preencher o vazio
apenas procurando
nunca esmorecer.
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