quarta-feira, 26 de março de 2014

Voz do vento...


Havia vento...
O ar embalsamado das fragâncias do alecrim
trazia em tropel recordações de formas,
 de sons... de iridicências
na voz louca e primaveril do vento forte,
 na brevidade morna da tarde que caía ...
no sol de ocaso que ainda abraçava o dia
ou na chuva da véspera que molhara o chão,
ou na macieza do leito
 em que descansara os ossos macerados da labuta do dia.
Era aí que caía nos meus braços a reconhecida ternura 
que ficara comigo.
E aí perdura.
***
Aqui vacilo... nunca sei o que fazer.
Diz-me, se sabes: 
- Que fazer de tanto amor-ternura
congelado pelo tempo em recordações?

Myrna

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