sexta-feira, 23 de junho de 2017

Carta ao mal amado...



Não sou já flor de primavera


tão pouco papoula que dança ao vento de verão


ou baga sangrando, fruto da canícula...



Não, nada disso já sou.

O que ainda sou...já não sei bem.
Mas sei que metade de mim 
de há longo tempo para cá 
se habituou a existir 
porque existes 
e a vida é mais leve
porque sei que estás aí...
nunca soube bem onde:
nas agruras do tempo
no ocaso de mim
ou talvez, enfim,
na poluição das vozes
ou na confusão do silêncio.


E eu...
mesmo que o não pareça
apesar de tudo que aconteça
estou e estarei
aqui.


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