segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Conversar com a lua...


por vezes, ainda venho conversar com a lua
quando a noite se espraia no silêncio
e na distância de ti
 evoca o som de uma voz
que quase esqueci
 som perdido no espaço inerte
 de um tempo morno
de funda inquietação
que entrou como promessa efémera
e se concretizou no laço
de um terno abraço 
que não mais deslaçou

e de uma ou outra maneira 
a solidão quebrou 
e virou  fantasma
diluída no tempo da distãncia
que grita
para eu não te ouvir

mas nem o marulho das ondas
pode evitar que te ouça e reconheça
namorei com elas
falei-lhes de ti 
e prometeram afagar-me
com doçura
nos meus últimos dias



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