domingo, 14 de janeiro de 2018

Repto...








Não vos quero no meu funeral.
Só convido a melodia
E o som da passarada
A doçura do vento
E a carícia , ainda que nefasta e muitas vezes amarga,
Do sol da manhã
E o frémito frio da madrugada
E o abraço dado e recusado
E o momento sentido como mais feliz...
Convido o som melancólico dos sinos
Quando tangem ao fim da tarde
No inverno ou no verão...
E a luz de tanto sol-pôr 
Que muito amei na vida
E a serenidade das noites frescas de estio 
E, das madrugadas, o rocío
Que emprestava brilho
Ao verde das tenras folhinhas 
Das muitas plantas do jardim.
Deixem as rosas florir e emurchecer
Nos caules espinhosos
Não me levem flores
De que não preciso
Nem perfumes, só os das camélias...
Não digam ,de mim, bem nem mal
Que também não gostei de falar de vós...


[Inspirado pela expressão alheia:

"Se não vos tive na vida
Para que me servem na morte?"... ]                            

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