terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Teoria...


Passou por mim a teoria...

Ia jactante
E seguia.

Assobiei baixinho
Uma canção distante...

Ia a passar?...
Ora bem! Ninguém
 a impedia.

E eu só queria
Vê-la passar também.

In madrugada - 12.12.012

domingo, 6 de janeiro de 2013

Mãos...


Olha as minhas mãos:
sujas de argila
calejadas de dar
inocentes da vida.

Nunca mentiram,
E se não feriram...
para quê penar?...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Sombras...


Quem és, sombra que passas,
 penumbra leve 
da minha mente obscurecida,
soltando um hálito fino
nas pregas da lonjura?

De lá, nos longes de névoa 
e azul-cinza,
 lindas foram
as coisas que enviaste
e me fizeram sentir 
 algures rainha
dum belo e macio
reino de ilusão.

O alongar  negro de um gato
rasgou a luz difusa
do recomeço impreciso
do serão...

S. Guiaumet, 09.23.12



segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Manhã de chumbo...


 caspar david friedrich

Hoje, o céu é pesado e cinzento.
Num silêncio ausente
o ar quieto não consente aves
a enlaçar trinados, voos 
 sequer gemidos.
O brilho do sol
não aquece a alma.
E a baça claridade da manhã dormente
Convida a preguiçar.

S. G.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Triste...


Fico triste
Quando te sei triste
Zangada comigo
Por não poder valer-te.

23.09.2012

sábado, 29 de dezembro de 2012

Tendresse infinie...


Espero-te naquele banco de jardim onde nunca nos sentámos...
Onde nunca te sentarias comigo por considerares ridículo conversarmos. Como nunca conversámos porque sempre o fizeste optando pelo silêncio...
Quando conversámos ao longo do tempo sem ruído - à excepção das belas melodias que ias enviando para mitigar um pouco a minha solidão e te tornaram ainda mais presente - povoaste o ar de doces carícias, ou de violentos acessos de paixão, que combati por sistema por me parecerem exagerados, teatrais.
E há certo tipo de exageros que sou bem capaz de suportar, mas só na mais estrita intimidade.
Aquele banco de jardim, onde nunca nos sentámos, é discreto e seguro.
Sentei-me nele sozinha a contemplar-te na distância, na placidez da ternura infinita que, não me perguntes porquê,porque não sei, sempre me despertaste.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Espasmo...


Faz-se sempre dentro de mim
um espasmo de dor
ténue talvez
levemente sentida
escravo de amor
eco vago de um carinho...
certeza que se faz devagarinho
em momentos insones 
de estranha prostração.
E sinto na orla do tempo
a própria solidão...

Ontem passei e tu não estavas.
Deixei no ar da noite
gestos breves de ternura
entumescidos do calor do verão...
Calma, recolhi da noite 
ao meu serão.

(Esvazio-me por dentro 
feita mágoa
da liquescência da dor
que me arrasou).

07.23.2012/ S.G.