terça-feira, 16 de julho de 2013

Apontamento


Tudo o que hoje é beleza e harmonia
Não passará de melancolia
Quando já não estiveres...
E o dia será então igual à noite
E a lua chorará na madrugada
Ao encontrar-me ainda mais só
E abandonada.

                                                                                 [22.03.012]

sábado, 13 de julho de 2013

Timidez...


Há algo que me desgosta
Ou não gosto mesmo:
Ser popular.
Céus! deixem-me adormecida
Inerte e desconhecida no meu canto...
Para isso nasci.

Se entro um pouco tonta
Pela noite fria
E se procuro em vão um pouco de calor
Logo tropeço  na recordação
Suave, lenta, sofrida
De um outro qualquer imenso e doce amor
Que vela como eu pela madrugada...
E recolho-me ferida.

                                                                                          [16.12.2011]

terça-feira, 2 de julho de 2013

Velada...


Velei contigo longamente enquanto pude
 não cansei
nem sequer da alegria ou mágoas provocadas
e também não me faltaram as palavras
com gordas lágrimas a elas acopladas
ou marotos sorrisos deliciados...
não, não cansei
mas acordar para realidades comezinhas 
consegue provocar náusea 
debilitar ou fazer dormitar...

Alma e corpo, conjugaram o verbo amar, 
noite e dia, na ânsia de te tocar, de te rever,
de te falar, de te ouvir falar,
ou de te mostrar o branco nos cabelos, 
calada e presa ao teu dissertar
ou procurar-te a mão timidamente
receando fazê-lo a chorar...

Não. Não cansei.

Deste lado do sonho e do silêncio
 no paradoxo de ouvir as palavras abafadas
 que sei tuas...
Nada disso me cansou...
Foram sempre outros.

Nunca soube mais o que fazer...
Entanto o corpo se fragilizou...
E agora vou fazendo...um quase nada.

{01.11.012}

sábado, 29 de junho de 2013

Sufoco...


O ar quente que veste a tarde
Aperta forte como invisíveis grades
Roubando memórias  e força de lutar
Ao ser amorfo e tenso
Imerso em silêncio e solidão.

Ideias surgem e vão...
Sem vontade de nada
É  o (não)ser cada vez mais cansado
A cada dia mais triste
Mais abandonado
Desiludido de si,
Desiludido do mundo
Nauseado
Sem ninguém por que lutar
Sem nada por que lutar
Avesso a um carinho mais profundo
Sofrendo 
 De vez em quando chorando
No ausentar permanente de tudo 
E de si
Nesse circuito estranho de fogo 
Consumido em labaredas estranhas
Infindas
Densas 
Com fumos e revérberos acobreados
Numa amorfa melancolia...

Sempre que a noite cai sobre o calor da tarde.

                                                                                                 Merys                  {29.07,010}




terça-feira, 25 de junho de 2013

Sinais...


Sinais?
Fechei a alma a sinais de vida
E de outras vidas que não sei quem são
Fi-lo por mim na amargura consentida
De nem saber a quem estendo a mão

Encanto, desencanto
Alegria, tristeza
Ilusão, incerteza...
Tudo fabricado por magia
E a secreta melancolia 
De um ser habituado à solidão
De olhos abertos prá vida na manhã sombria
 Encolho os ombros vergados à agonia
Prestes a ignorar momentos de emoção

                                 [05.03.013]

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Inferno...


 e assim se vai perdendo o sol de cada dia
 ao perseguir a quimera 
 na noite escura, fria,
derrotada que ficou em mim  
 a longa espera 
de não mais te ver.

 e vou.
um dia, vou reconhecer o inferno
desse enlace longo,terno, 
momentos de um inverno
  a perdurar dentro em mim...
 desenlace de vida
na busca  do seu fim.

domingo, 2 de junho de 2013

Estendo os braços...


estendo os braços grávidos de ternura
e não te encontro

ela - a ternura - esteve sempre
e só
dentro de mim