domingo, 11 de agosto de 2013

Céu taciturno,,,


 um céu sem lua...
taciturno
agressivo

 simplesmente
tu não estavas
já não estavas

 quedei suspensa
da triste mancha 
desse azul sombrio
teia marchetada
a que o calor do dia 
dera vagos contornos 
de desilusão.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Ósculo...


esse ósculo moldado
 todo em carne e seda
pousou sobre a tua face 
qual terno delíquio...

[28.02.012]

estavas já ausente
 sei-o bem
procuravas caminhos...

e o todo então sonhado
não fora senão atalho
num percurso ansiado
e navegante.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Humildade...


[09-02.013]
Quem manda que penses
ser muito importante para alguém?
Ninguém. Apenas tu...
Não te queixes. Não chores.
Nem para ti mesmo 
 sabes ser importante.

Na valsa da vida
só há rosas se as cultivas
por que todas as outras 
não são as tuas
e só podes vê-las ao longe
como sonhos  belos
com perfume e cor.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Viagem no tempo...


Já não moro aqui
Distanciei-me.
Cedo me venceu o olvido
e a inconstância.
Depois veio o silêncio 
frio, incontornável.
Já não moro aqui
evaporei-me...
Mas ficaram raízes.

[av.05.09.012]

terça-feira, 16 de julho de 2013

Apontamento


Tudo o que hoje é beleza e harmonia
Não passará de melancolia
Quando já não estiveres...
E o dia será então igual à noite
E a lua chorará na madrugada
Ao encontrar-me ainda mais só
E abandonada.

                                                                                 [22.03.012]

sábado, 13 de julho de 2013

Timidez...


Há algo que me desgosta
Ou não gosto mesmo:
Ser popular.
Céus! deixem-me adormecida
Inerte e desconhecida no meu canto...
Para isso nasci.

Se entro um pouco tonta
Pela noite fria
E se procuro em vão um pouco de calor
Logo tropeço  na recordação
Suave, lenta, sofrida
De um outro qualquer imenso e doce amor
Que vela como eu pela madrugada...
E recolho-me ferida.

                                                                                          [16.12.2011]

terça-feira, 2 de julho de 2013

Velada...


Velei contigo longamente enquanto pude
 não cansei
nem sequer da alegria ou mágoas provocadas
e também não me faltaram as palavras
com gordas lágrimas a elas acopladas
ou marotos sorrisos deliciados...
não, não cansei
mas acordar para realidades comezinhas 
consegue provocar náusea 
debilitar ou fazer dormitar...

Alma e corpo, conjugaram o verbo amar, 
noite e dia, na ânsia de te tocar, de te rever,
de te falar, de te ouvir falar,
ou de te mostrar o branco nos cabelos, 
calada e presa ao teu dissertar
ou procurar-te a mão timidamente
receando fazê-lo a chorar...

Não. Não cansei.

Deste lado do sonho e do silêncio
 no paradoxo de ouvir as palavras abafadas
 que sei tuas...
Nada disso me cansou...
Foram sempre outros.

Nunca soube mais o que fazer...
Entanto o corpo se fragilizou...
E agora vou fazendo...um quase nada.

{01.11.012}