sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Reconhecer a Dor...


Deparo-me com a Dor 
No dia ou na noite 
Se silencia o grito...
E só faço sofrer
Por não poder embalá-la
Nos meus braços inúteis;
 Com mãos enfraquecidas
Acariciá-la;
E amá-la mais e mais
Por senti-la em mim.

Sempre a reconheço 
P'la multiplicidade de expressões 
Desgarradas ou estranhas
Em vidas torturadas...
Fica  a sofrer ou a chorar 
Dentro de mim
Sem conhecer descanso...
E só  a noite a embala
No tépido remanso
De um doce rocio de luar.





quarta-feira, 9 de julho de 2014

Onde? Quando? Como?...


Nunca sei onde estás. Nunca soube.
 Ou com quem.
Conheço-te um pouca a alma
E pouco mais.
Pouco sei ou soube sempre de ti.
Contudo amei-te até ao exagero
 Como o sonho que sempre se adia
Por se saber irreal.
Anos decorreram...
 De menina apaixonada passei
A mulher amargurada e reticente.
Sem me importar?...Não, sofrendo.
Contudo a tua presença em mim
Resistiu e resiste segura.
Os dias correram, sucedem-se 
E nada apaga a ternura...
Assim sendo, 
Não sei que poderás querer mais de mim,
teimosa criatura!

Rosa Xavier