sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Esse ladrão...


O tempo, esse ladrão
a quem abriste a porta,
e foi por ti convidado a almoçar,
que se refugiou no olvido
e se afastou em vão... 
sempre reticente em te acompanhar
não gostou de ser esquecido
e prolongou-se em desejos pelo ar...

[18.11.012]

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Espinhos da tarde...


Há nuvens de dramas escondidos
Soluços abafados em agonias lentas
Escorrer manso de passadas mágoas
Agora sem significado, já isentas
De amargura ou mistério
Macilentas

Espinhos de vida em melodia
Florescendo na tarde enevoada

E se anoitece mais cedo?
Que acontece?
A agonia da tarde desmerece
Da chuva benéfica que me invade...

Escuto o silêncio pesado de amargura
Por mal saber da desventura
E como lidar com ela a cada dia...



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Brincar..


Brincar, sorrir, chalacear...
e tristeza no peito 
quando distância e ignorância de um outro 
só traz como apetite comer
comer demais
comer para esquecer
e evitar chorar

Como em pesadelo... tentar ainda
brincar...
carregar o fingimento
evitando chorar.

Manuel Maria Avô

domingo, 11 de agosto de 2013

Céu taciturno,,,


 um céu sem lua...
taciturno
agressivo

 simplesmente
tu não estavas
já não estavas

 quedei suspensa
da triste mancha 
desse azul sombrio
teia marchetada
a que o calor do dia 
dera vagos contornos 
de desilusão.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Ósculo...


esse ósculo moldado
 todo em carne e seda
pousou sobre a tua face 
qual terno delíquio...

[28.02.012]

estavas já ausente
 sei-o bem
procuravas caminhos...

e o todo então sonhado
não fora senão atalho
num percurso ansiado
e navegante.