segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Sentir da madrugada


 Baixou fraca e fresca a fina madrugada 
Num enleio leve de névoa transparente
Em murmúrios de mágoa já passada 
E ténue estertor de sonho iridescente 

Num bocejo de cor lasciva e branca 
Surgem breves cicios em fina labareda 
Desse frio sol que desce como tranca
E traz a viuvez ao vaso que se quebra

Na brisa suave da manhã imaculada 
Na matinal sonolência adormecida 
Voam os sonhos breves da noite enluarada - 
 - Mesclados nos suspiros duma dor esquecida.


Myriam