sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Rejas"...


ó vento, chamaste-me e eu não fui contigo 
e como gostava de ter ido
 presa que fiquei ao som da voz do meu amor 
porque temia que se sentisse sozinho
como eu sempre fui

leva-me então  lá para onde fores
apoiada nas tuas asas de condor
para avistar do alto a luz do meu amor
sem a qual não consigo viver
cuja presença desejo
em todo e qualquer resplendor
do sol quando doira a madrugada
a quem sonho abraçar, beijar, acariciar
fundir-me com ele num sopro de flor

leva-me no dorso de uma nuvem  até o meu amor
que não quero que se sinta tão sozinho
mesmo que a seu lado chore sempre baixinho
para lavar-lhe as dores do anoitecer

Fev.2011

sábado, 23 de junho de 2012

Frieza...


Quantas vezes sinceridade se confunde com frieza
Quantas vezes o coração inquieto se habitua
à saudade e à falta de calor
Quantas vezes é quase crueldade
o ignorar da calma verdade
de um gesto de amor

O sol dá vida e doira as folhas no outono
  e chamusca as rosas que ama
e o procuram
 na insensatez das coisas cobiçadas 
mais que amadas...


É a beleza estival de fulgência ardente
que derrama sobre a planície densa e quente
o leve resquício da paz universal.