Desistir? Não, nunca desistas!
Nem de ti, nem de quem foste, és e acreditas.
Descansa só um pouco e retoma a caminhada.
Se deixares morrer dentro de ti
Tudo em que de melhor acreditaste
Começas a fenecer devagarinho
E o teu abraço caloroso, de carinho,
Passa a ser fraco, lasso
E, muito devagarinho,
Surge mais e mais a descrença no áspero caminho.
Pode ser duro suportar as agruras da jornada
E encarar o outro com esse brilho no olhar
Onde se lê crueldade e a vontade de rever
Tudo o que nos choca e retira o gosto de lutar...
Descansar do sofrimento é como um inverno nos dias:
Repouso, frio, tempestades duras que custam suportar...
Mas a saída da vida também tem que se ganhar
Ou de nada valeu ter percorrido a longa estrada...
Sem ter aprendido o amor, a dor, a verdade,
Ou saber conhecer num outro sinceridade;
E tentar amadurecer, com a razão bem desperta,
As emoções de um tempo de muita juventude
Em que se viveu a aventura em plena liberdade.
Toda a promessa de vida devia ser cumprida
Com percalços, desvios, emotiva saudade
Por que o que resta é um ser único, diferente,
Que chora, pensa, sorri e age
Na estrutura estranha e melancólica dos dias.
E o tempo passa...não pára...vai passando...
Mas desistir?... Não.
E nunca, por vontade!
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