serviu -te com o chá uma tarte de morangos:
grito de sereia
para um deus desconhecido
sussurrando solidão e dor
qual borboleta atraída por rosa emurchecida
quase desfalecida sob os calores do verão
atraiu um amor de ocasião
- só que não era então amor,
mas sim loucura,
desejo intenso e são de criatura
de há muito e sempre recusado
como perigoso, desnecessário e vão
de longe morta para a vida
perscrutou-te a alma
e reacendeu a sua
ao som de um timbre vocal
em que a letra da canção tinha magia
brotou a paixão e o encantamento...
- como seria?...
- que mistério encobria?...
por fim, nada importava mais:
não conhecia os seus olhos,
apenas o que lhe chegara em melodia
e tudo o resto, fosse o que fosse, era p'ra amar.
assim vai passando a vida
aquecida ao sabor do momento
até que o passamento
enterre na chaga do tempo
a vontade imperecível de o sonhar.
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