mal saída do casulo
a borboleta dança de alegria
num hino à vida,
num hino ao amor
de que em breve fará o luto.
não lembrada que rastejou, engordou, conheceu o escuro
metamorfoseada em beleza, em leveza,
libera agora as asas macias no prazer do sol
no desejo de dar vida e cor a novas flores e amores.
e nesse céu brilhante e azul
onde as escassas e algodoadas nuvens
não aprenderam a chorar desilusões
e apenas são promessa remota de frescura
e doçura,
a borboleta volátil e tonta
agarra o momento
saciando o prazer enamorado
de sugar o néctar da mais bela flor.
o amanhã? não existe.
filosofar, pensar, pesar, angustiar...
é um fado triste
que não lhe adianta cantar.