agora é o tempo das flores mil* 
da passarada que cruza os ares*
nos céus de anil *
dos ninhos escondidos com ovinhos*
de crias alimentadas sem descanso* 
por pais obreiros*
 ansiosos,vigilantes ...**
da inusitada alegria de descobrir joaninhas*
de pretas pintinhas*
e de espreitar no frescor da manhã clara *
as primeiras rosas...**
de esperar em ânsias*
pelo desenrolar das saias vermelhas*
das papoulas *
para vê-las dançar ao vento*
sob um céu muito azul *
e um sol inclemente...**
é o tempo que prevê as tardes abrasadoras *
e os entardeceres cálidos, poeirentos *
seguidos das noites frescas e fragrantes *
que sussurram abraços*
arrepiando a pele*
estremecendo saudade...**
tudo isto é sentir-te num abrir de emoções *
que o costume da solidão me fez aprender contigo*
por teres ficado incólume nas minhas sensações *
na minha cabeça, no meu coração* 
- não por hábito, *
não por devoção  -*
e sim na verdade ... de uma sem-razão.