quarta-feira, 24 de julho de 2013

Humildade...


[09-02.013]
Quem manda que penses
ser muito importante para alguém?
Ninguém. Apenas tu...
Não te queixes. Não chores.
Nem para ti mesmo 
 sabes ser importante.

Na valsa da vida
só há rosas se as cultivas
por que todas as outras 
não são as tuas
e só podes vê-las ao longe
como sonhos  belos
com perfume e cor.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Viagem no tempo...


Já não moro aqui
Distanciei-me.
Cedo me venceu o olvido
e a inconstância.
Depois veio o silêncio 
frio, incontornável.
Já não moro aqui
evaporei-me...
Mas ficaram raízes.

[av.05.09.012]

terça-feira, 16 de julho de 2013

Apontamento


Tudo o que hoje é beleza e harmonia
Não passará de melancolia
Quando já não estiveres...
E o dia será então igual à noite
E a lua chorará na madrugada
Ao encontrar-me ainda mais só
E abandonada.

                                                                                 [22.03.012]

sábado, 13 de julho de 2013

Timidez...


Há algo que me desgosta
Ou não gosto mesmo:
Ser popular.
Céus! deixem-me adormecida
Inerte e desconhecida no meu canto...
Para isso nasci.

Se entro um pouco tonta
Pela noite fria
E se procuro em vão um pouco de calor
Logo tropeço  na recordação
Suave, lenta, sofrida
De um outro qualquer imenso e doce amor
Que vela como eu pela madrugada...
E recolho-me ferida.

                                                                                          [16.12.2011]

terça-feira, 2 de julho de 2013

Velada...


Velei contigo longamente enquanto pude
 não cansei
nem sequer da alegria ou mágoas provocadas
e também não me faltaram as palavras
com gordas lágrimas a elas acopladas
ou marotos sorrisos deliciados...
não, não cansei
mas acordar para realidades comezinhas 
consegue provocar náusea 
debilitar ou fazer dormitar...

Alma e corpo, conjugaram o verbo amar, 
noite e dia, na ânsia de te tocar, de te rever,
de te falar, de te ouvir falar,
ou de te mostrar o branco nos cabelos, 
calada e presa ao teu dissertar
ou procurar-te a mão timidamente
receando fazê-lo a chorar...

Não. Não cansei.

Deste lado do sonho e do silêncio
 no paradoxo de ouvir as palavras abafadas
 que sei tuas...
Nada disso me cansou...
Foram sempre outros.

Nunca soube mais o que fazer...
Entanto o corpo se fragilizou...
E agora vou fazendo...um quase nada.

{01.11.012}

sábado, 29 de junho de 2013

Sufoco...


O ar quente que veste a tarde
Aperta forte como invisíveis grades
Roubando memórias  e força de lutar
Ao ser amorfo e tenso
Imerso em silêncio e solidão.

Ideias surgem e vão...
Sem vontade de nada
É  o (não)ser cada vez mais cansado
A cada dia mais triste
Mais abandonado
Desiludido de si,
Desiludido do mundo
Nauseado
Sem ninguém por que lutar
Sem nada por que lutar
Avesso a um carinho mais profundo
Sofrendo 
 De vez em quando chorando
No ausentar permanente de tudo 
E de si
Nesse circuito estranho de fogo 
Consumido em labaredas estranhas
Infindas
Densas 
Com fumos e revérberos acobreados
Numa amorfa melancolia...

Sempre que a noite cai sobre o calor da tarde.

                                                                                                 Merys                  {29.07,010}




terça-feira, 25 de junho de 2013

Sinais...


Sinais?
Fechei a alma a sinais de vida
E de outras vidas que não sei quem são
Fi-lo por mim na amargura consentida
De nem saber a quem estendo a mão

Encanto, desencanto
Alegria, tristeza
Ilusão, incerteza...
Tudo fabricado por magia
E a secreta melancolia 
De um ser habituado à solidão
De olhos abertos prá vida na manhã sombria
 Encolho os ombros vergados à agonia
Prestes a ignorar momentos de emoção

                                 [05.03.013]