O ar quente que veste a tarde
Aperta forte como invisíveis grades
Roubando memórias e força de lutar
Ao ser amorfo e tenso
Imerso em silêncio e solidão.
Ideias surgem e vão...
Sem vontade de nada
É o (não)ser cada vez mais cansado
A cada dia mais triste
Mais abandonado
Desiludido de si,
Desiludido do mundo
Nauseado
Sem ninguém por que lutar
Sem nada por que lutar
Avesso a um carinho mais profundo
Sofrendo
De vez em quando chorando
No ausentar permanente de tudo
E de si
Nesse circuito estranho de fogo
Consumido em labaredas estranhas
Infindas
Densas
Com fumos e revérberos acobreados
Numa amorfa melancolia...
Sempre que a noite cai sobre o calor da tarde.
Merys {29.07,010}
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