Foste luz sol calor
na minha vida
Foste doçura encanto
também silêncio e pranto...
ao esmagar a ternura
que prevaleceu
e fez manar água dos meus olhos
a engrossar o mar da solidão
Vagas clamorosas de revolta
como relâmpagos
estrebucham ainda pelo chão
Conheci o céu e o inferno
carente dos teus braços
tornados depois vagos cansaços
de suprema lassidão
Como mais uma rosa vermelha
ostentaste-me na botoeira
daquele casaco coçado que não usas
Foste um espinho cravado em minha carne
derramando sangue e dor pela noite inteira
Se ternura e encanto andam a par
são aliadas da confiança verdadeira
e fundem-se como ouro de lei no fogo da fogueira
como tesouros roubados à fúria justiceira
que o desgosto fez rei
Não te admires pois do que inconsciente cultivaste
fosse por doença, cálculo ou interesse vão
ao cumplicentemente teres roubado a ilusão
e a teres plantado indefesa num pobre coração
rendido e apaixonado
que apenas quis o que então negaste
embora te orgulheasses de ser campeão...
amizade.
A ela me propus ao dar o peito às balas
a a ela faltaste com o dever da lealdade
escamoteando a verdade
...Fingi não perceber
ostentando uma reacção longínqua e fria
nesse mar repleto de máscaras e perfis
que percebi manobravas como um jogo de xadrez...
E tudo isso afinal - confesso:
só mal me fez.
E a ti...não aproveitou.
Num jogo mesquinho
que por fim cansou.
10.06.2011
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