- senti-te na rama dos pinheiros
- na intensidade de uma onda
- na nitidez de um golpe de sol
... embalei longamente nos meus braços
as tuas revoltas e cansaços...
desvelei-me em carícias
pelas noites cálidas de verão;
guardei comigo os teus longos silêncios
que falavam do outono da vida;
na primavera, renovei a alegria
nos límpidos espaços...
e as minhas orações foram sempre carícias
que julguei enviar-te em palavras
que quis belas, sem te embaraçar...
Só hoje percebi que sempre estiveste lá
e eu não te vi...
foi pouco a pouco que a conhecer-te aprendi...
nem sempre na hora, porém;
muitas vezes, vi-me eu também a criar distância,
mas regressava...
Não pensei na vida,
nem me interessava a morte -
- só a essência da vida
que procurara em vão
até chegar a ti.
[02.10.2011], in Páginas de um diário encontrado
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