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quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Nuvens que passam...


... Outrora, sonhei que veria alguém descer aquela rampa
                  mostrando o sorriso, 
                                          dando o braço à ternura...

Depois, a ilusão morreu com a calmaria
                     pisada como folhas pelos pés de quem passa - 
                            - folhas dos carvalhos que se abraçam
                      hirsurtos, hirtos e nus 
                                      na friagem do inverno.

No silêncio vivido, 
                      do ar descem os pássaros
                     a cada primavera...
                  com cor, alegria e música
                                    para que as penas voem.

                                

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Não serão perfeitos...


...mas são amores 
e anunciam que
 a primavera não tarda
 e encherá , de novo, 
os nossos olhos
com as maravilhas costumadas 
de cores, de formas ousadas...


... pode ser, então, 
que as palavras  já tão gastas 
emerjam 
novas e belas...,
corajosas,
brancas, azuis, amarelas,
e roubem beleza às rosas 
para encanto e melodia  
das almas dos  poetas

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

folha ao vento



disseste não querer outra madrugada

... uma te bastou...

 foste cruel  ao pensá-lo...

e nem sonhas quanto
 ao
 dizê-lo.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Gaivota em terra


Outrora sentia a força do mar
em tempestade
e um desejo imenso de infinito
*

Esse  mar desgastou-se
persistente  e louco
incessante e duro
contra os rochedos
...
os encantos da praia
viraram crude
 negro como tição




Gaivota em terra
 sou...
frustrada
fatigada
enrouquecida
alongada do mar infindo
e misterioso
sem asas para me elevar
por sobre as vagas
saudosa de pisar os areais humedecidos
leitos de seixos e conchas nacaradas
trazidas pelas ondas...
cansadas das lides do mar..

domingo, 7 de outubro de 2018

Longe...

Imagem de MarcoATGarcia

estou...
sou...
alongada no tempo
triturada na distância de mim
e - sempre mais eu- 
contudo sou

nada para ninguém
mas sou

não sonhando impossíveis
afastando possíveis
vou

 entranhadamente carente de infinito
ilustrando ou deslustrando horizontes 
a cada passo mais exíguos 
estou
a desarmar emoções
em sentir que o próximo anseio 
de toda a liberdade
será florir de amor
na imensidade
misturada ao pó iridescente
manto ténue de um olvido 
omnipresente.

Maria Silva

domingo, 26 de agosto de 2018

Calar e ser...


No céu vestido de azul, na tarde estival, 
 surgiu, a este, uma lua enorme e dourada 
que o sol de longe beijava 
num queixume derradeiro, quase agreste.

Tristemente senti-me encarcerada...


Outrora gostava de falar com a lua
sempre por ela estranhamente enamorada.
Hoje sinto a alucinação do tempo 
corroer todo o espaço ...
limitar-me por dentro. 

Perdidamente olho o espaço 
e nada me apetece,
 nem invejar a ave de aço 
que troando os céus escurece.

Também ela não conhece a liberdade...


Maria Silva