domingo, 30 de dezembro de 2012
sábado, 29 de dezembro de 2012
Tendresse infinie...
Espero-te naquele banco de jardim onde nunca nos sentámos...
Onde nunca te sentarias comigo por considerares ridículo conversarmos. Como nunca conversámos porque sempre o fizeste optando pelo silêncio...
Quando conversámos ao longo do tempo sem ruído - à excepção das belas melodias que ias enviando para mitigar um pouco a minha solidão e te tornaram ainda mais presente - povoaste o ar de doces carícias, ou de violentos acessos de paixão, que combati por sistema por me parecerem exagerados, teatrais.
E há certo tipo de exageros que sou bem capaz de suportar, mas só na mais estrita intimidade.
Aquele banco de jardim, onde nunca nos sentámos, é discreto e seguro.
Sentei-me nele sozinha a contemplar-te na distância, na placidez da ternura infinita que, não me perguntes porquê,porque não sei, sempre me despertaste.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Espasmo...
Faz-se sempre dentro de mim
um espasmo de dor
ténue talvez
levemente sentida
escravo de amor
eco vago de um carinho...
certeza que se faz devagarinho
em momentos insones
de estranha prostração.
E sinto na orla do tempo
a própria solidão...
Ontem passei e tu não estavas.
Deixei no ar da noite
gestos breves de ternura
entumescidos do calor do verão...
Calma, recolhi da noite
ao meu serão.
(Esvazio-me por dentro
feita mágoa
da liquescência da dor
que me arrasou).
07.23.2012/ S.G.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
sábado, 3 de novembro de 2012
Folhas esquecidas...
Folhas caem com os ventos do outono
do velho roble
no outro lado da rua.
Jazem esparzidas
como lágrimas esquecidas
que atapetam o chão.
Enfrentam a crueldade do inverno
misturadas num pó de exaustão.
Ao rasgar da neblina da manhã
os troncos torcidos e revoltos
rogam a dádiva de um perdão
numa prece
ao vento que a não merece...
Há um tempo que não esquece...
Apenas... apenas porque não.
S.G.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Ontem...
Ontem...
recordação doía
numa pauta branca
de notas de monotonia
fechadas ao sol
num abraço de agonia
ritmadas pela dor e o cansaço.
Ontem...
o ar ressequido
sofria a temperatura.
A tarde não era amena
nem feliz
envolta de lonjura
no soluço do olvido...
Ontem...
nem luz nem sombra
ou melodia
matizavam a raiz...
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