sábado, 17 de março de 2012

Suave...




Suave é imaginar 
teus passos leves
sobre a alfombra do silêncio
espesso e massacrante
que alguém teceu 
sobre a lonjura do ser...
Suave é adormecer
com a lembrança
e aceitação
da aparente bonança
de viver.


Se fechar os olhos
evoco a tua sombra
e sou quase feliz
ao parecer-me vislumbrar
o poder magnético do teu sonho
E ao imaginar-te
 risonho...
sei porque vivi.

27.04.2011





sexta-feira, 16 de março de 2012


Enquanto sofrer 
esta ansiedade
sei que foi verdade
todo o amor vivido

Triste foi sentir
a crueldade
triste foi sentir
tanta saudade
por um mal sofrido

quarta-feira, 14 de março de 2012

Insónia?...


Não receio as noites de insónia
porque sempre as passo a teu lado...
Sentir o cansaço
é um cansaço bom.
E quando o sofrimento ou ânsia
são cinzentos
e não houve sol
nem azul de céu
nem nada, nada, nada
que console a dor,
basta enovelar o corpo 
na sombra do teu...
e o desencanto passa, amor,
como um milagre.

01.02.11

terça-feira, 13 de março de 2012

Metáforas...


Ninguém conhece ninguém...
Não, a vida nunca é tecida
 por metáforas
mas por mesquinhas realidades
que afligem o quotidiano
como a dor física que incomoda
e de que nem se sonha a causa
ou a chuva que molha o cabelo
a roupa que não enxuga
a viagem que se não fez
e a culpa aos acasos
ou o não ter a certeza
que alguém realmente nos espera
do outro lado da mesa...
Não. A a vida ri-se das metáforas
e do amor em versos inspirados pela lua
e nega mensagens que apelam ao sonho...
Amar alguém é um sonho
e ser amado um milagre.
Até a noção de felicidade
é feita de coisitas simples
como cuidar, abraçar, beijar,
preocupar-se com a saúde,
deitar, comer...viver,quebrar rotinas 
inventar surpresas...
Nunca se pensou que metáfora
fosse moeda de troca
ou gozasse de especial validade...
Tanta gente se amou realmente
sem nunca precisar fazer um verso...
ou sequer receber de presente
uma simples flor!...

20.01.2011

domingo, 11 de março de 2012

União...


Uno-me a ti no tempo e na distância
e sei que o sentes
E nunca choro se recordo os momentos
em que te amei inteira 
lamentando os que passei longe de ti
perguntando-me porque não me querias
e porque te fora assim indiferente
Então chorava com pena de mim
e sentia revolta pela atracção terna
que por ti sentira
e que despertara sem querer
ao simples som da tua voz alegre
Honesta directa não o escondi
e sei que não me acreditaste então

Duvidei tanto de mim tanto
cultuando-te enquanto ser humano
tudo por instinto
sem perceber porquê...
E como sofria
na humildade de me saber sem préstimo

Então procurei-te a alma inquieta
e perscrutei o silêncio e a solidão
das noites insones
e das madrugadas frias

Num dia que nasceu radioso e terno
senti que algo nascera para mim...


Para quê esconder?

04.02.12

sábado, 10 de março de 2012

Ao cair da noite...


Descido o estore sobre o dealbar da noite
fechou ao olhar o cinza-azul do céu
sem determinação, apenas porque tinha que ser
e sem a crueza dos que fecham ciclos
porque não sabia fechar ciclos
nem queria
 era o devir que devia encarregar-se deles
 esperava que acontecessem
 para não ferir demais a vida

Não evitava as lágrimas frias
nem tão pouco o sofrimento

No escuro, tocou com os olhos
a doçura dessa cor azulmente vítrea e fria...
e lembrou-o mais ainda

quinta-feira, 8 de março de 2012

Afastamento...


Afasto-me
na distância de mim
na minha busca
onde a história dos dias
parou...
por inventada.

09.o2.2011