sexta-feira, 7 de março de 2014
domingo, 2 de março de 2014
Fazer coisas...
Para esquecer a vida
fiz coisas:
acariciei com mãos vazias
de interesses mesquinhos
flores, frutos, palpei dores
até aprender a ver no outro
o inimigo pronto ao ataque pelo prazer de atacar.
Assim perdida foi a inocência...
Fazer coisas nem foi tanto esquecer de viver
ou da vida não lembrar:
só foi esquecer de chorar.
Mara
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Chuva...
Cai grossa a chuva
ora lenta
ora veloz
com os açoites do vento.
Fraca é a força de elevar o pensamento
e o fazer voar...
Jaz agarrado à terra
com as pétalas da rosa
que floriu sem primavera ...
Há um coração cheio de ruídos-
-retalhos chãos que aproveito
e me levam a pensar
assustadoramente
numa manta rota de dias por passar.
E nos ouvidos endurecidos pela angústia
sinto o som rouco da chuva a vibrar.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Pasmado coração...
Mais um ano;
mais um mês;
uma nova semana;
um outro dia
me são concedidos
no meu percurso humano.
A cada hora,
a cada decisão,
escrevo a história desse percurso:
tem o peso do passado
e as limitações de uma personalidade magoada
pelas dores do corpo e do espírito.
Coisas e pessoas estão à minha volta:
rostos amigos e mãos desconhecidas
chegam até mim.
Pedir-me-ão um sorriso,
talvez ajuda,
um pouco do meu tempo,
um retalho breve da minha vida.
E a vida - o que é?
Que representa para eles, para mim?...
...Se há nela tanta dor,
tanto mistério?...
Preciso afugentar angústias
e abrir os olhos pasmados
como menino que olha
o imenso mar rolando sobre a areia
se brinca na praia...
Dele receia,
mas aprende a conhecer
o amor que o rodeia
se as mãos que o prendem
são suaves, leais e formosas
quando seguem seus passos ligeiros
ainda vacilantes,
com ternura ansiosa.
O menino guardará delas então
a mais bela imagem,
o mais belo perfume,
nos escaninhos secretos
do seu virgem coração.
Um menino pasmado...
era assim meu coração.
[Algures... - 2006]
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Flor de amendoeira...
Houve tempo em que me queixei da vida...
por mal saber que havia flores.
Como amendoeira que floresce com os primeiros calores do ano que mal nasceu ,
um sopro de confiança faz com que floresçam de novo os desertos do coração.
Alentado por este sopro... desejará aliviar a dor e as duras provas sofridas.
Mas serão precisas abelhas...
[II.00.VI]
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
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