terça-feira, 4 de dezembro de 2018
domingo, 2 de dezembro de 2018
Zanga sob o sol de verão...
A espigueira lacerou-me as mãos
pintou-as de vermelho-sangue
que pingou no chão enegrecido...
sôfrega a terra bebeu -o
sob o sol intenso...
vingativa
enredou-se-me depois nos meus cabelos
zanguei-me
com força inusitada
repelou-me também a camisola!
zanguei-me deveras!
- aquela maninha
aquela preguiçosa
aquela desgraçada
não deu ainda
uma única flor!...
Novembro//2018
sábado, 1 de dezembro de 2018
... às vezes...
Ah,
como
dói
viver
quando
falta
a esperança!
Manuel Bandeira
...às vezes
esqueço-me de sofrer
de sentir o frio
de sentir o calor
de sentir a saudade
de sentir a distância
e até de sentir-
tout court
- o conforto
é que
... às vezes...
esqueço-me
de viver.
domingo, 11 de novembro de 2018
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Horizonte infindo...
Olhar a extensão do mar até ao horizonte limita-me, angustia-me, tanto ou mais do que um alto muro.Aqui, ainda pode surgir uma fissura...senão real, que se imagina, enquanto o infinito horizonte me segreda que não posso alcançá-lo, com pés que sinto presos à margem, prisioneira, que sou, desta limitação e sem a mais leve esperança de alcançar a infinitude.
O infinito é frustração perene para o ser que vive à beira do mar. E o marulho das ondas só faz sublinhar, em som sincopado, a impossibilidade física de um homem sequer tocar a linha fictícia desse longínquo horizonte, água/éter azulíneos, cinza, laranja, ou ouro, que os movimentos astrais lhe emprestam.
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
Os dias de cinza...
mais um dia se escoa *
toalha tecida a renda azul e cinza*
debruado a flash-backs de carinho*
num fervor calado*
mas revolto*
exalando gestos de vago sofrer,*
filosofia mesquinha de um apenas ser
**
«pensa mas é em ti» - diz o mundo.*
dizem os velhos.
**
escuto o mundo. peneiro raciocínios.*
dentro de mim rasgam-se espelhos*
de um sentir marmóreo e solto*
gigante- mar na tempestade*
impiedosa, cruel, ansiosa...
**
brado à terra-mãe:*
- haverá sempre nuvens de cinza*
entremeando luz radiante*
e um sol-pôr*
e noites de breu,*
e outras ainda silentes e olorosas
enquanto o tempo*
implacável ,hirto, eterno,*
sussurrar*
à nossa porta.
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